quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Guia de Brasília para uma pessoa de fora (feito por uma pessoa de dentro)




Olha, se tem uma coisa que me irrita profundamente nas pessoas de Brasília é o famoso “Vamos marcar direitinho”. Se você não é daqui, e alguém disser isso pra você, pode ter certeza que a chance de o programa a combinar acontecer é quase zero. Por que disso? Não sei. Se alguém tiver alguma resposta me avise. Deve ser alguma coisa que tem na água ou nos ares do Quadrado.

Outra coisa bem comum aqui é você ser amigo de uma pessoa e nunca ter ido a casa dela. Morar anos em um prédio e mal saber quem é seu vizinho. Nunca mais ver alguém com quem você falava todo dia na escola, e, sim, ela morando no máximo a duas quadras de você. E isso tudo acontece mesmo a cidade não sendo tão grande assim.

Pra fazer amizade então é um suplício. Se nas outras cidades do Brasil o primeiro dia em um lugar já é angustiante, em Brasília é o dobro. Por que sim, não se iluda, ninguém vai falar com você na primeira semana. A não ser que você já tenha algum conhecido no local, daí o trabalho de se enturmar será bem mais fácil. Mas caso isso não ocorra, desenvolver a habilidade de forçar com os outros é questão de sobrevivência social.

Esse último semestre peguei uma matéria na faculdade pela manhã. Não conhecia ninguém quando entrei. E, adivinha? Saí sem saber quem era quem. Se eu lembrar o nome de alguma pessoa daquela turma vai ser milagre. Mas como eu acredito nisso, não é impossível.

Mais uma coisa assustadora em Brasília são as “ruas-fantasmas”. Sério, aqui não se vê gente nas calçadas! Se você está acostumado com seres viventes zanzando por aí (mortos que ia ser tenso), mais uma coisa que estranharás. Claro, sem contar o clima do qual eu nem preciso falar. Abordar isso seria clichê. Mas fica uma reivindicação quanto a isso: CADÊ A NOSSA PRAIA? Tudo bem, em 2012 nós a teremos. Paciência.

É vou ficar por aqui. Eu sei que tem alguns pontos que estão faltando tipo: brasiliense é um bicho enjaulado que sai pelo Brasil distribuindo pancada, Lago Paranoá, Playboyzada, garotas frescas (não todas, mas boa parte), cidades satélites. Mas deixa isso pra outro post. Vou marcar direitinho quando eu vou escrevê-lo, ok?

PS: ACREDITEM, EU ADORO BRASÍLIA!

6 comentários:

Unknown disse...

HAHAHAHA .. pior q é tudo verdade :s

Lucas Fox disse...

Bela explanação rapá! Pura verdade isso que foi dito, e o pior é quando falo com uns amigos de outros estados que o povo de Brasília tem o coração feito de pedra, não acreditam. Amizades são díficeis de se arrumar, amizades verdadeiras eu digo. Sempre temos que ter aquele nosso "contato" para assim conhecer as pessoas. E como eu tô ansioso pra 2012! *-*

@igorpensar disse...

Vitor,

Cara, penso que este é um problema da modernidade. Por isso, que acredito em vida comunitária, qualquer coisa que nos vincule a uma comunidade é positivo. Igreja, Grupo de Escoteiros, Clube de Xadrez, sei lá... qualquer coisa que nos humanize, que descentralize nosso egoismo e vivência narcisista.

Muito boa reflexão... este é o ponto negativo de sermos urbanóides...

Hugs,
Igor

Anônimo disse...

Nossa, e ainda falam dos paranaenses, e eu ainda pretendo conhecer brasília.
hsauhsauhasusa
Sim, você ama brasília, mas quando cansar, foge pro sul (:

Anônimo disse...

A idéia que eu tenho de Brasília é a cidade que as pessoas usam terno, não se cumprimentam, e nem comem sanduíche diariamente.
Os brasilienses são absolutamente frios, reservados e indiferentes. Pessoas que vieram de outro lugar enolouquecem, pensam que estão em outro país, e nunca imaginaram que existiria algum lugar neste país quente com tanta gente fria.
O consumismo que os brasilienses têm é também uma coisa que me assusta. Shopping é a base central de entrenimento. Muita gente ganhando dinheiro, com poucos lugares interessantes pra ir.
Nunca morei no exterior, mas o que os filmes passam dos americanos é que são pessoas frias, mas também absolutamente práticas, brasilienses são frios, e nada práticos. Resolvem comer em restaurantes distantes, nunca acham digno comer o prático sanduíche.
O píor de tudo, é que eu sou absolutamente brasiliense: chego em um lugar sem conhecer ninguém, e passo meses do mesmo jeito, e ainda por cima, uso o típico "vamos marcar direitinho" o tempo todo, e quase sempre nem dou sinal de vida.
Corrompida. Absolutamente.

Adorei o texto. Pura verdade.

Marcella =) disse...

Hehehehehhehhehe! Parabéns =] é tpo isso mesmo. Apesar dos pesares é bom. é um mal vivido, eu acho, será que voce entende? enfim.

ps: assiti um filme sua cara!
Onde vivem os mosntros.

beijosesaudades;*