segunda-feira, 12 de outubro de 2009

vamos viver a vida alheia
que é melhor assim!
a nossa já estagnou;
já está está perto do fim!
então chega, não quero mais dançar essa dança
então chega, quero reeinventar a minha história
me olhar no espelho
e ri da minha imagem.
sair de casa,
e esquecer onde eu moro!!!
perder minha chave!
minha identidade!
mentir minha idade
pra acreditar que tenho mais tempo.
Lá fora tem pássaros cantando
e aqui só gritos desesperados.
então, vou sair
se pergutarem
diga que não sabe
porque também não sei o pra onde vou.
só sei que vou ser feliz,
feliz com alguém que gosta de mim: eu

sábado, 4 de julho de 2009

Carpe Diem

Há uns dois anos, eu e minha família fomos a Salvador para um passeio turístico. A cidade em si é feia e fede, e, apesar de em maneira geral não ter gostado da viagem, alguns momentos bons ficaram gravados na minha memória. Como minha intenção não é arranjar briga com os baianos e a galera do Chiclete com Banana (putz), é do lado bom que vou falar.

Certo dia, depois de já ter rodado bastante pela cidade e já perto do pôr do sol, eu, meu irmão e meus pais resolvemos dar uma passeada nas sujas praias de Salvador. Porém, algo que eu não esperava por ali estava acontecendo: uma roda de samba. Eu, não sei por qual motivo, me senti atraído por aquilo e resolvi sentar em uma mureta por ali perto para ficar ouvindo e observando a batucada.

Após alguns minutos ali sentado, certo senhor, de idade bastante avançada, cabelos brancos e boina (o típico vovô) me chamou a atenção. Ele estava ao meu lado na muretinha, e seus olhos tinham um brilho comovente. Parecia que estava prestes a chorar. Aquilo realmente mexeu comigo. Tentei imaginar o que se passava na cabeça daquele homem. Provavelmente, não posso afirmar com certeza, afinal não sou nenhum Paulo Coelho, eram lembranças de sua juventude. Uma juventude distante que foi marcada por dores e alegrias. Uma época em que a vida se parecia eterna, e que o fim era para todos, menos para ele. Belo engano. Lá estava o nosso vovô sentado na mureta com os olhos cheios de lágrima e rugas no rosto sentindo saudade da época em que sorrir não cansava tanto. Senti vontade ir conversar e ouvir tudo que ele tinha a dizer, mas minha timidez falou mais alto. Então, depois de uns 10 minutos, levantei e saí dali como se estivesse com uma pedra presa na minha garganta.

Você pode estar pensando agora “Poxa, mas que coisa besta essa história”, e eu não discordo. Sim, é besta. Mas eu acredito que são de besteiras como um beijo que evitamos, uma pergunta que não fizemos ou um momento que presenciamos que formarão as nossas lembranças quando for a nossa vez de estarmos sentado em uma mureta invejando o vigor de viver dos mais novos. Ficadica.

terça-feira, 9 de junho de 2009

a quem eu quero bem




Eu queria ligar meu som

e ouvir uma música

que me deixasse com vontade

de fazer não sei o que.

Eu queria sair de casa

sem falar pra ninguém

pra poder te ver.

Eu queria te ver

sem ninguém

falar lá em casa

que eu sai sem falar

pra ninguém.

Eu queria sair a noite

e perder o controle da minha vida.

Ter fé de que tudo está sob controle.

Eu queria abrir os olhos

e saber que você ainda está comigo,

e fingisse não ter ouvido

todas as besteiras que eu te falei.

Eu queria que Deus te mostrasse

o que se passa em minha cabeça.

Que você percebesse que foi um lapso.

Eu queria parar de planejar

e, assim, perder o que há de melhor.

Do que adianta saber as palavras exatas

e ter os movimentos mais estúpidos?

Eu queria te escrever algo.

Algo que não seja banal.

Que se afaste do simplório,

porém seja simples.

Eu queria fazer uma música

do tipo que faz você perder a cabeça,

do tipo que te deixa com vontade de fazer não sei o que.


sábado, 3 de janeiro de 2009

existe algo que te mantem viva
talvez seja o meu coração batendo
se eu morrer, vc tb morre?
a vida é estranha, e tudo colabora pra deixar tua mentira mais bonita
tua vida é tão bonita
tua vida é uma mentira
você tomou de mim aquilo o que eu mais gostava
por favor, devolva minha vontade de viver
se eu morrer, vc morre comigo?
que tal um passeio?
quem sabe debaixo da sombra de uma árvore
eu não me encontro de novo
você está em mim,
mas eu não estou em você
por que você não me avisou disso antes?
agora me sobrou essa sala vazia
e o ensurdecedor silêncio da noite
não tem mais estrela resgando o céu
e a lua sumiu de tristeza
agora eu fico olhando aquela esquina
esperando você aparecer
mas tudo que vejo são crianças que ainda não tiveram o desprazer
de conhecer a vida.
Pode ir, não te odeio mais
se eu morrer, vc morre comigo?